Sim! O Corinthians é o melhor time do mundo. E para o autor deste artigo, isto é indiscutível. Aliás, discutível, pois eu adoto altercar com torcedores de outros times. Falar sobre o Corinthians é uma oportunidade para relembrar e exaltar os inúmeros grandes feitos desse time, dentro e além do futebol.
Posso até concordar, mas quando muito bem pormenorizado, que alguns times como Barcelona, Manchester City e Real Madrid tiveram “momentos” melhores do que o meu Corinthians. Mas, no geral, na história, é o timão.
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Até algum tempo atrás eu achava que um dos problemas que o brasileiro tem em relação à política é tratar “disso” como trata o futebol. Ou seja, a paixão se ressai à razão.
Contudo, vejamos!
Não sei se o leitor já percebeu que eu torço pelo Corinthians?!
(Vou pajear Millôr Fernandes e propor um sinal ortográfico para a ironia)
Mesmo sendo corintiano, não poupo críticas aos dirigentes, técnicos, jogadores e torcedores corintianos. Até hoje, eu não admito aquele pênalti mal batido por aquele ídolo corintiano, na semifinal da Taça Libertadores. Era mais do que sabido que o goleiro palmeirense, que era Corintiano quando criança, somente defendia pênaltis batidos naquele lado. No lado oposto, era gol na certa. Não admito também aquela venda mal explicada daquela revelação e tão pouco determinadas atitudes da torcida organizada. Em suma, o Corinthians é o melhor time do mundo, mas quando vejo algo errado, eu critico. Paradoxalmente defendo e critico. Analogia é percebida quando narradores e comentaristas de futebol criticam algum time (escalação, substituição, formação tática, etc). Percebam que eles o fazem com mais veemência com o time “do coração”.
Na política, ocorre algo semelhante. A falta de sapiência na defesa de políticos é incontestável. Mas, perceba que há algo muito distinto em relação à paixão pelo time de futebol. Mesmo quando o político faz algo de errado, não há crítica de seu “torcedor”. Não se fala aqui de achá-lo ou considerá-lo o melhor do Brasil, da história. Trata-se, neste, de ações errôneas, falta de diretrizes, diagnósticos equivocados, etc. Mesmo quando a tática está errada, quando o negócio está mal explicado e/ou quando o chute é rumo ao gol contra, os “torcedores” têm a pachorra de aplaudi-lo com a pior das explicações: já tiveram ações erradas, negócios anteriores mal explicados e gols contras. Então, tudo certo!
Imagine-se na final de um campeonato defendendo seu time, que está perdendo, dizendo: já perdemos o campeonato passado; não tem problemas perder de 2, porque no passado perdemos de 3...
Lembrando que torcer é querer que o seu time ganhe. Almejar que seu time acerte (não erre), que seu time seja o melhor (não o menos pior).
Então, hoje, estou com entendimento diferente de outrora. No futebol tem-se paixão, na política, falta de razão.
O Corinthians é o melhor time do mundo
Jornal Correio Livre
