Você sabe qual é o real papel do brincar na vida do seu filho? Tudo o que ele aprende enquanto está se divertindo? E ele possui tempo livre para isso? Para estimular o brincar livre durante a infância e os diversos benefícios que ele traz para a vida das crianças, a Aliança pela Infância mobiliza todos os anos a Semana Mundial do Brincar, que este ano tem como tema o brincar que abraça a diferença para ressaltar a diversidade de culturas, de povos, de costumes e de corpos e almas, tudo o que pode acontecer quando o seu filho está brincando.
1. Combate a obesidade: é notória a importância do brincar para que a criança se movimente, desenvolva a motricidade e mantenha o peso regular, combatendo a obesidade e o sedentarismo. A brincadeira ao ar livre é fundamental para que a criança explore espaços maiores, mexa-se mais, experimente variações climáticas e tome sol, entre outros benefícios. Meia hora de pega-pega, por exemplo, gasta em média 225 calorias e o mesmo tempo de amarelinha representa 135 calorias. Ao ter contato com a natureza, seja em parques, praças ou praias, o seu filho cria uma conexão prazerosa com o meio ambiente e estabelece uma relação de respeito com todos os seres vivos.
2. Permite o autoconhecimento corporal: quando o bebê bate palmas ou a criança anda de bicicleta, estão experimentando o que o corpo é capaz. “Se você permite que o seu filho corra, tropece, caia e levante, ele aprende sozinho sobre as suas possibilidades e limitações”, diz Luciane Motta, da Casa do Brincar.
3. Estimula o otimismo, a cooperação e a negociação: por que o brincar tem tanto valor a ponto de estar previsto na Declaração Universal dos Direitos da Criança do Unicef? Porque os seus benefícios transbordam em muito o aspecto físico. Algumas habilidades essenciais, que serão requisitadas também no futuro, estão na brincadeira, como cita o estudo o impacto do desenvolvimento na primeira infância sobre a aprendizagem, do Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância: à medida que as brincadeiras se tornam mais complexas, o brincar oferece oportunidades para aprender em contextos de relações socioafetivas, onde são explorados aspectos como cooperação, autocontrole e negociação.
4. Gera resiliência: uma das habilidades emocionais mais valorizadas hoje em dia também é desenvolvida no ato de brincar: a resiliência. Quando a criança perde no jogo ou o amigo não quer brincar da maneira como ela sugeriu, entra em cena a capacidade de lidar com a frustração, de se adaptar e se desenvolver a partir disso. Com essas experiências, a criança aprende a administrar as suas decepções e a enfrentar as adversidades.
5. Ensina a ter respeito: relacionar-se com o outro é mais uma capacidade vivenciada na brincadeira. Ao interagir com os amigos, irmãos ou pais, a criança aprende a respeitar, ouvir e entender os outros e as suas diferenças. Para isso, é essencial que ela possa brincar livremente, sem condições impostas por gênero. “O adulto que brincou bastante na infância é alguém aberto a mudanças, tem pensamentos mais divergentes e aceita a diferença com maior facilidade. No entanto, se uma menina só pode brincar de casinha e o menino de carrinho, a brincadeira pode impactar para o mal”, lembra Gisela Wajskop, doutora em Educação.
6. Desenvolve a atenção e o autocontrole: seja para montar um quebra-cabeça, equilibrar-se em um pé só ou empilhar uma torre com blocos, essas habilidades serão aperfeiçoadas a cada brincadeira. Sem contar que serão empregadas desde muito cedo na vida do seu filho, seja na hora de fazer uma prova ou de resolver um conflito.
7. Acaba com o tédio e a tristeza: brincar ajuda a manter em ordem a saúde emocional e as próprias crianças percebem esse benefício. Em um estudo realizado pela Universidade de Montreal, no Canadá, 25 meninos e meninas de sete a 11 anos fotografaram e falaram das suas brincadeiras favoritas. Para eles, brincar é uma oportunidade de experimentar felicidade, combater o tédio, a tristeza, o medo e a solidão.
8. Incentiva o trabalho em equipe: nos jogos coletivos, como o futebol e a queimada, a capacidade de se relacionar com os demais também exige que a criança pense e aja enquanto parte integrante de um grupo. Em um mundo como o atual, cada vez mais conectado, essa habilidade se faz ainda mais importante. Trabalha-se cada vez mais com projetos (desde a educação nas escolas até as grandes empresas), nos quais tudo parte de um interesse coletivo e todas as etapas são desenvolvidas em conjunto, por isso aprender a defender um time hoje pode ter grande impacto lá na frente.
9. Instiga o raciocínio estratégico: jogos de regra, como os de tabuleiro, põem as crianças em situações de impasse. Para solucioná-los, elas precisam raciocinar de maneira estratégica, argumentar, esperar, tomar decisões e então analisar os resultados. Ao solucionar problemas, elas vão tentar, errar e aprender com tudo isso para que, na próxima rodada, possam fazer melhor, com mais repertório.
10. Promove criatividade e imaginação: ao ler uma história, brincar de boneca ou construir um brinquedo com sucata, a criança desenvolve a imaginação. E, para isso, não precisa de muito: potes, galhos e panelas podem dar vida a tanta coisa. Itens como caixas e baldes incentivam mais a imaginação do que brinquedos caros. Isso porque esses materiais não induzem a uma ideia pronta.
11. Estabelece regras e limites: brincando, a criança reconhece e respeita os limites do espaço, do outro e de si mesma e passa a lidar com regras, aprendendo a segui-las. Se tiver abertura, ela poderá até questioná-las. Isso será fundamental para conviver em sociedade, quando se faz necessário seguir certas convenções, mas também tentar mudar o cenário para melhor, se possível.
- em Educação e Cultura
Motivos para o seu filho se divertir muito
Nova Prata
Jornal Correio Livre
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