Vladimir Cunha dos Santos é Secretário Executivo da Associação dos Jornais do Interior do RS (Adjori/RS). Jornalista, escritor e professor de Sociologia formado pela UFRGS, Vladimir concedeu a entrevista ao jornal Correio Livre por e-mail.
Como as mudanças tecnológicas e culturais afetaram as redações do interior nas últimas décadas?
Drasticamente. Saímos das máquinas de escrever para os computadores. Evoluímos das linotipos para fotolitos. Das impressoras planas para rotativas. Trocamos o fax pelos emails, os clichês e filmes por imagens digitais.
Como os jornais do interior têm enfrentado as transformações do jornalismo nos últimos anos?
Os Jornais do Interior acompanharam as evoluções tecnológicas com muita competência. Evoluíram em cores, designers, passaram a apresentar seus sites e frequentar novas redes sociais.
Quais os desafios do jornalismo no interior do estado?
Maior desafio nos próximos anos é manter o jornal impresso, ter receitas para o custeio de imprimir e distribuir, manter assinantes e anunciantes locais, e ao mesmo tempo usar as plataformas e metodologias virtuais, para fazer a transição que ocorre a nível mundial nas comunicações. Os leitores de notícias das próximas décadas não conhecerão o jornal impresso, apenas nas bibliotecas e museus. Importante para a sobrevivência dos títulos é construir um jornal virtual que cative seus leitores e anunciantes, que também seja gerador de receitas para a manutenção dos colaboradores e investimentos. Para isso os jornais precisam qualificar pessoal e investir em tecnologia.
Qual é a importância do jornalismo nas cidades do interior?
Extremamente importante no aspecto cultural local e regional. Os grandes jornais fazem a pauta jornalística e as campanhas de mídia nacional e internacional. Os jornais do interior fazem a comunicação e o registro histórico de suas comunidades e regiões.
Sempre foi assim e continuará, independente da maneira que o fazem.Antes de forma física, impressa e de entrega presencial, agora e no futuro de forma virtual. O tempo todo na mão (celular) do cliente. A criatividade será a grande arma para o sucesso.
