Nilce Agnini, vendedora. Reside em Nova Prata.
“Em 1989, tive a oportunidade de trabalhar no jornal Correio Livre. Foi uma época incrível e importante da minha vida.
O jornal recém havia sido fundado, em 1986. Fui contratada, inicialmente, como secretária e depois participei de todas as tarefas de produção, desde fotografar até fazer a diagramação.
Nessa época, o jornal era praticamente feito “à mão” e o trabalho em equipe era o que mais funcionava entre nós. Éramos em cinco pessoas: Márcia, Adriana, Solon, Bier e eu.
Foi uma oportunidade singular, única. Conheci esse grupo de colegas maravilhosos com quem dividi um tempo precioso da minha vida. Aprendi muito com todos eles, tanto no aspecto profissional como pessoal. A troca de ideias e a valorização da atividade jornalística trouxeram um aprendizado que me acompanhou sempre. A partir do momento em que vivenciei a produção do jornal Correio Livre, pude compreender tantas questões e valorizar a leitura, a busca de informações e a propagação da notícia, da reportagem séria e comprometida com o esclarecimento ao público.
O meio jornalístico tem essa capacidade de
esclarecer e desvelar a realidade àqueles que leem e procuram a
informação segura.
Podemos ver o quanto tudo mudou desde então. A forma de elaboração do jornal agora é feita de maneira muito mais facilitada, desde a sua montagem até a impressão. A tecnologia permitiu uma profunda revolução nesse aspecto, mas o que não mudou e ficou em nós é a lembrança boa que tenho desse tempo.
Só posso agradecer por isso e pelas amizades que fiz e conservo até hoje. Obrigada a esse jornal que tanto faz pelo nosso município.”
Augusto Bier, jornalista e cartunista. Mora atualmente em Porto Alegre.
“Eu estava formado em jornalismo desde 1985. No ano seguinte, passei para cursar a Escola Superior de Hotelaria, em Canela. Larguei, porque o meu negócio era mesmo o jornalismo.
Em 1987 ganhei o meu primeiro prêmio internacional de humor. Já publicava charges desde 74. Em 88, reencontrei o Solon, que era colega nos tempos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e ele disse que precisava de alguém para ‘segurar as pontas’ em um jornal em Nova Prata. Assim, em março de 88, passei a integrar a equipe do Correio Livre como repórter, colunista e chargista. Encontrei uma cidadezinha encantadora e de gente muito querida, onde fiz amigos para sempre. Por outro lado, como jornalista, enfrentei uma luta feroz contra os coronéis políticos da cidade. Eu morava na casa do Solon e lembro dele ter recebido várias ameaças de morte, que, às vezes, me incluíam. Era gente que não sabia lidar com o humor e a crítica e mostrava a sua truculência de diversas formas. Mas, aos 28 anos a vida é um passeio e o desprezo pelo perigo apaixona.
Fizemos jornalismo num ambiente interiorano em que os meios de comunicação eram um mar de picaretagem. Tenho muito orgulho de ter integrado a equipe do Correio Livre. E também de ter participado de algumas ações culturais, sociais e políticas fundamentais para a época. Pedacinhos do meu coração são carregados por pessoas que encontrei aí e também guardo os que recebi numa esquina ensolarada do peito.”
Adriana Conti, atua na Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral da República. Reside em Brasília (DF).
“Fazer parte da primeira equipe do Correio Livre foi como ajudar a tornar real um sonho. Participar do início de um veículo de comunicação que, de alguma forma, trouxe mudanças à cidade, ajudou a informar e transmitir opiniões.
Pude, a partir da minha observação, contar histórias para leitores/expectadores. Também, por menor que seja, consegui dar minha contribuição na linha editorial do veículo. Na bagagem, ficaram os amigos, o conhecimento e a confiança em mim, na minha capacidade.”