Aline Machado Larrosa, psicóloga e gerente de Recursos Humanos (RH), e Fernando Larrosa, empresário, se conheceram na empresa em que trabalhavam. No momento em que Fernando fez o processo seletivo, não sabia que estava diante de sua futura esposa.
Lá dentro, a admiração um pelo outro começou a crescer - tanto é que, antes de apaixonar-se por Aline, Fernando sentia uma imensa admiração pela profissional que ela é. Logo perceberam que, além do trabalho, eles tinham muito em comum: interesses, valores e visões sobre a vida e o mundo.
- Conversávamos muito sobre família e eu enxergava a Aline como mãe dos meus filhos antes da gente casar. Via nela a mãe dos meus filhos da forma como sempre sonhei - destaca Fernando.
Em 2011, foram morar juntos e casaram-se em 2008. Enquanto terapeuta de casais, Aline recomenda esse período morando juntos antes do casamento como um “teste”. No caso deles, foi fundamental para que o casal entendesse que, de fato, nasceram um para o outro.
- Nos primeiros dois anos é uma fase de enamoramento, então você não consegue ver os defeitos da pessoa, vê somente a parte boa da situação - afirma. - Depois a gente começa a perceber que algumas questões não são bem como imaginávamos - comenta Aline.
Entretanto, os defeitos que um vê no outro não impedem uma convivência harmoniosa. O que prevalece são as visões compartilhadas sobre a vida e a família, principalmente.
Novas etapas
Em 2013, nasceu o Joaquim, primeiro filho do casal, o que deu início a uma nova fase na vida dos de Aline e Fernando. A psicóloga ressalta que muitos casais se separam nesse momento, por não saberem como se adaptar a uma realidade completamente diferente que exite entre o cotidiano de um casal e o de uma família.
Quando nasceu a Mariah, hoje com dois anos, o nível de dificuldade aumentou, mas, segundo Aline, não conseguem imaginar suas vidas sem os desafios atuais.
Fernando e Aline souberam aproveitar o momento - e nunca abriram mão de ter o próprio espaço e de dedicar um tempo para ficarem juntos.
- Se a gente consegue ver o lado bom, que é curtir aquela nova vida que tá ali junto contigo, que tu gerou, as coisas se equilibram - diz Fernando.
No Dia dos Namorados deste ano, por exemplo, vão retomar um hábito que tinham desde o início do namoro e fazer uma pequena viagem juntos, deixando os filhos com os avós. A pandemia dificultou que eles tivessem momentos a sós, como esse, que antes eram mais comuns.
“O amor não é só uma questão de sentimentos bons, de gostar, da paixão. Tem a questão de tolerar, de perdoar. Por isso é difícil explicar o que é o amor, é um conjunto d ecoisas que elas, todas, acabam explicando o que é o amor.”
— Fernando Larrosa
Eles conseguem lidar bem com novos desafios juntos. No caso dos filhos, há momentos que um se dedica mais do que o outro, entendendo as necessidades individuais. Para manter o relacionamento funcionando, Aline ressalta o valor das negociações, que são constantes no dia a dia do casal. Antes de ter filhos, em primeiro lugar, a decisão foi junta, com base no ciclo de vida de cada um. Para Fernando e Aline, poder conversar sobre os problemas e entender em que momento da vida o outro está é fundamental e precisa ser constantemente atualizado.
- Se existe um desequilíbrio, isso começa a pesar e aí existem brigas. Por isso que é importante manter esse bom-senso, essa negociação, para que perdure - ressalta Fernando.
E equilíbrio é uma palavra que define bem a dinâmica entre os dois. Aline sente que, ao se conhecerem, um contribuiu para o crescimento do outro.
- Eu acho que equilibrou a minha forma de pensar e a forma dele, completou para a gente poder ter as coisas com os pés no chão - diz Aline.
Fenando desmente a história de que os opostos se atraem. Na verdade, um completa o outro:
- Têm deficiências minhas em que a Aline é muito melhor, e isso acaba gerando uma admiração mútua - acrescenta Fernando.
Equilíbrio é, também, a principal palavra para Aline na hora de definir o que é o amor.
- Ficar junto não é uma opção, é uma decisão. Apesar de qualquer coisa, a gente decidiu ficar junto, então é importante pensar no que fazer para manter esta decisão - completa a psicóloga.