Nova Prata, 28 de Março de 2023

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Caio Casanova: 32 anos de dedicação ao rallye

Nova Prata
Caio Casanova: 32 anos de dedicação ao rallye
Caio Casanova: 32 anos de dedicação ao rallye /

Carlos Alberto Casanova ou Caio, como é conhecido por várias pessoas, foi duas vezes campeão da Copa Nordeste/RS, cinco vezes campeão gaúcho e uma vez campeão brasileiro de rallye. Ele começou nesse esporte no Rallye de Regularidade, com 16 anos, em 1988, no primeiro evento organizado pelo Automóvel Clube de Nova Prata (ACNP), onde foi o vencedor da competição juntamente com o seu irmão, Rafael Casanova, que era o piloto.
Caio foi presidente do Automóvel Clube por três vezes. A entidade é filiada à Federação Gaúcha e à Confederação Brasileira de Automobilismo. O clube, fundado em 1987, conta com mais de 100 sócios e tem em sua história a organização de inúmeros eventos automobilísticos que sempre cativam a comunidade pratense e levam o nome do município para todos os cantos do estado e do país.
Antes disso, Caio lembra que os pioneiros eram os irmãos Lima, Luís Carlos e Carlos Alberto (in memorian), que disputavam alguns campeonatos, inclusive o Gaúcho de Rallye, na década de 70, e partiu deles a ideia de organizar a primeira prova de rallye em Nova Prata.
Caio sempre gostou de carros. Quando novo, dirigir era uma diversão. Acompanhava as corridas de Nelson Piquet na Fórmula 1 pela televisão. Ele nota que essa nova geração não tem mais interesse como era antigamente e acredita que um dos motivos é a tecnologia que tornou-se a preferência dessa idade.
- Há jovens com 20 anos que não sabem dirigir. A diversão deles é ficar na internet e jogar vídeo game. Isso nos mostra que o foco e o comportamento dos jovens mudaram - ressalta.
Depois da primeira vitória, Caio começou a participar de inúmeras provas e com o passar do tempo acabou trocando de piloto, pois o seu irmão foi morar em outro estado. Já são 32 anos de experiência no rallye.
- Nestes anos de campeonatos, um dos fatos que mais marcou essa trajetória foi uma disputa saudável pelo primeiro lugar nas competições com a dupla Ari Peruzzo e Rogério Colla, pois na primeira edição, eu e a minha dupla fomos os campeões e eles ficaram em segundo lugar e logo na segunda edição da prova, eles ficaram em primeiro e nós em segundo lugar. Outro fato marcante foi quando ganhei o primeiro Campeonato Gaúcho.Era a 8ª etapa do Campeonato Gaúcho de Rallye de Regularidade 2010 na categoria graduados, onde o piloto era o Elizio Breda (in memorian), de Veranópolis, e eu estava na navegação - relembra Caio.
Atualmente, o piloto oficial que acompanha Caio nas disputas, desde 2014 é Alexandre Martini Blume, onde foram campeões gaúchos em 2015, 2016, 2017 e 2018, tetracampeões do título gaúcho, e em 2018 ganharam o campeonato Brasileiro de Rallye de Regularidade 4x2, organizado pela CBA, Confederação Brasileira de Automobilismo.
Caio explica que o interessante do rallye de regularidade, é que não tem disputa direta contra o teu adversário, a competição é contra ele mesmo, pois ao contrário das provas de pista por exemplo, não existe uma disputa direta por posição, porque os carros largam de um em um minuto, o que faz com que não se enxergue o carro da frente, a não ser que você esteja errado, ou que o outro carro esteja errado, a ideia é andar sozinho e não se tem uma ideia de como o adversário está andando, ou seja tem que ser melhor do que você já foi. É uma disputa individual, é uma corrida solitária, e só no final que é recolhido o equipamento de cronometragem de todos os veículos, é feita a apuração, e aí que você vai saber qual foi o resultado.
- Em função disso é criada uma relação de amizade com os adversários, ao contrário das provas de pista onde os adversários quase se matam, e criam um ambiente de inimizade devido a essa disputa acirrada, onde o adversário te fecha e não deixa passar, ou batem em uma curva, às vezes forçam uma ultrapassagem, ou te jogam pra fora da pista, já no nosso caso, no rallye de regularidade, não ultrapassamos ninguém, não temos este problema, essa rivalidade - menciona Caio.
Atualmente, está disputando o Campeonato Gaúcho, no qual estão liderando e faltam apenas duas etapas. Talvez aconteça esse ano, o Campeonato Brasileiro, em novembro 2019, mas ainda está em discussão.
- O rallye hoje está passando por uma crise, falta de competidores, o campeonato gaúcho está acontecendo com poucos carros, atualmente com oito, sendo que no passado já participamos com 40 carros no campeonato, muito em função da crise financeira e também pelo fato do desinteresse da nova geração - fala.
Como forma de incentivar a nova geração a esse esporte, foi criada a Copinha Nova Prata.
- Conseguimos colocar 22 carros na competição, é uma prova mais simples, porque pode participar com o carro original. Já para correr em um campeonato gaúcho precisa ter um veículo preparado, com proteção interna no veículo chamada Santo Antônio, o valor de inscrição é mais alto, tem que ter a carteira da federação que também tem um custo e despesas com hotel - explica Casanova.
- O esporte hoje, recebe o incentivo necessário, mas sempre seria bom mais, esse ano foi realizado o 29º Rallye de Nova Prata, e deste total umas 20 vezes tivemos o apoio e patrocínio da prefeitura para a realização destas provas. Há sete anos que o Posto Pôr do Sol também colabora - enfatiza.
Caio vê uma dificuldade para patrocínio na parte dos competidores, mas para o evento em si sempre tiveram bastante apoiadores.
Caio sugere para os iniciantes muita dedicação e paciência, pois no caso dele, começou em 1988 e em 2010, conquistou o primeiro título gaúcho. Foram mais de 20 anos para começar a colher os resultados, então tem que ter persistência.
- Tive a sorte de conquistar um título na primeira vez que participei da competição organizada pela (ACNP), mas demorou mais uns três anos para comemorar um novo título. Outra dica é que piloto e navegador têm que estarem afinados, às vezes, pode acontecer de um ou o outro errarem e não pode ocorrer discussão por causa do mesmo, o que passou, passou e segue o percurso, é importante um apoiar o outro. Agradeço ao Poder Público, a imprensa, rádios e jornais pelo apoio que sempre nos deram desde o primeiro evento que realizamos aqui. É importante mostrar para as pessoas que o país não é só carnaval e futebol - finaliza Caio.

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Caio Casanova: 32 anos de dedicação ao rallye
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