Nova Prata - A redação do jornal Correio Livre acompanhou o trabalho da equipe da Vigilância Ambiental, que é responsável pelo combate ao mosquito Aedes Aegypti, em um bairro da cidade.
A equipe é composta pela coordenadora Dolores Massignam e pelos agentes de combate a endemias: Nely Marinello Conti, Marcielen Frattini, Laura Ansolin, Rosa Bicca, Sonia Vresinki e Arthur Balzan, além da servidora Joselka Omizzolo, que está em licença maternidade. Os profissionais trabalham sob a supervisão da responsável pela Vigilância em Saúde Municipal, Mariline Luz. O trabalho, atualmente, é realizado por sete agentes, porém, pela quantidade de imóveis existentes no município, a equipe comportaria 14 profissionais.
A jornada de trabalho é de segunda-feria à sexta-feira, das 8h às 12h e das 13 às 17h, com intervalo de 15 minutos em cada turno. Quando, durante o turno, os profissionais não conseguem acessar algum imóvel, em razão dos proprietários não se encontrarem na residência, eles procedem à inspeção em horários alternativos (quinzenalmente aos sábados, pela manhã).
O primeiro foco do mosquito da dengue foi detectado no ano de 2014, o qual foi eliminado em 2015. Em 2018 surgiram novos focos e de lá pra cá o município tem sido considerado infestado pelo mosquito Aedes Aegypti.
Atualmente, o trabalho é realizado através de visitas domiciliares nos bairros Retiro, Área Industrial, São Cristóvão, Sagrada Família, Centro, Santa Cruz, Vila Lenzi, Clivatti, São Peregrino, Coroados, Basalto, São João Bosco, Caravággio e Rio Branco.
Conforme orientação Estadual, essas visitas para Levantamento de Índice de Infestação (LI+T) ocorrem em seis ciclos, conforme protocolo para municípios infestados, sendo que a equipe tem o prazo de 60 dias para finalizar cada etapa.
Em 2018 foram encontrados seis focos do larvas, em 2019 o quantitativo subiu para 18. Nos primeiros meses de 2020 já foram encontrados seis focos de larvas do Aedes Aegypti.
Desde o início de 2018 até o momento foram encontrados focos do mosquito nos bairros Santa Cruz, Área Industrial, São Cristóvão, Centro, Basalto, Clivatti, Retiro, Vila Lenzi, São Peregrino e Coroados.
Nos bairros Sagrada Família, São João Bosco, Caravágio e Rio Branco, até o momento, não foi encontrado nenhum indício da presença do mosquito.
No primeiro ciclo de 2020, 1º de janeiro a 29 de fevereiro, foram visitadas 7.914 casas, 772 comércios e 2.496 terrenos baldios, resultando na detecção de seis focos do inseto transmissor da Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela Urbana.
Os agentes alertam que o frio não mata os ovos do mosquito, pois estes permanecem viáveis por até 450 dias em clima seco, aguardando a possibilidade (contato com água) para eclodir e gerar novas larvas.
De 15 em 15 dias acontece a inspeção dos 35 pontos estratégicos: empresas recicladoras, catadores, desmanches, lavagens, borracharias, floriculturas, cemitérios grutas, pórticos, empresas de piscinas e transportadoras, que são os locais mais vulneráveis, ou seja, que podem se tornar criadouros do Aedes Aegypti.
Nas visitas domiciliares, quando o proprietário do imóvel não é encontrado, os agentes deixam recado por escrito reforçando os cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, ou seja, eliminar todo o tipo de recipiente que possa acumular água e se tornar um criadouro.
“Tem casas em que as pessoas possuem lixos eletrônicos, móveis e eletrodomésticos em desuso no fundo do pátio, sempre orientamos para que as pessoas liguem para o número (54) 3242.8214 para agendar coleta destes tipos de entulhos no setor de Meio Ambiente. As coletas acontecem somente sob agendamento, todas na última quinta-feira do mês” ressalta Marcielen.
Doenças transmitidas
pelo Aedes Aegypti
A infecção por Dengue pode ser assintomática ou ter sintomas graves, que incluem: febre alta repentina, acima dos 39 graus; dores atrás dos olhos, cabeça e articulações; manchas vermelhas e coceira na pele, além de dor abdominal intensa, sangramentos de mucosas, como nariz e gengiva, vômitos e diarreia.
A Chikungunya é assintomática em cerca de 30% dos casos. Seu maior perigo é se tornar incapacitante, causando dores intensas nas articulações por até seis meses após o contágio. Os sintomas da doença incluem: febre de início repentino, dores fortes nas articulações, especialmente tornozelos, joelhos e pulso, dores de cabeça, manchas e vermelhas pelo corpo.
A maior preocupação com o Zika vírus é a sua relação com casos de microcefalia e alterações neurológicas em bebês cujas mães tiveram contato com o vírus durante a gravidez — mesmo que não tenham manifestado sintomas. A doença é assintomática em 80% dos casos, e quando os sinais aparecem, costumam ser brandos, como febre baixa, manchas vermelhas na pele, coceira, dores leves nas articulações e olhos vermelhos. Em alguns casos também pode haver dor de garganta, tosse, vômitos e inchaços no corpo. Não há um tratamento específico para o vírus da Zika e apenas os sintomas são tratados.
“Um dos grandes desafios no nosso dia a dia são algumas pessoas que nos proíbem de pisar no pátio delas e os cachorros soltos em seus estabelecimentos, já levei quatro mordidas por enquanto. Não é só a gente que sofre com isso, é carteiro, o pessoal que vai ler os registros de água e luz”, comenta Nely.
O acesso dos servidores municipais às casas está garantido na Lei Municipal nº 10.344, Artigo 4º, Parágrafo Segundo. A normativa faz referência ao ingresso forçado dos agentes públicos aos imóveis públicos e particulares, em caso de abandono ou de ausência de pessoa que possa permitir o acesso, desde que a situação que se mostre essencial para a contenção do vetor.
Outro problema bastante evidente é o descarte de lixo em terrenos baldios. A orientação à população é que, caso precise descartar algo, não o faça nesses locais, mas sim, que o acondicione adequadamente e dispense para a coleta urbana. Além do mais, a falta de limpeza dos terrenos é cabível de multa.
Outro problema que acontece no inverno é a falta de cuidados com as piscinas, tornando-as locais para a proliferação das larvas do mosquito. Outro problema que vale a pena destacar é a falta de cuidado com ralos de água. A sugestão dos agentes, nesse caso, é envolver o protetor do ralo com meia-calça que permite o escoamento da água, mas impede o acesso do mosquito.
Caixas de coleta e acondicionamento de água da chuva e pneus foram os recipientes onde os agentes no município mais encontraram larvas, conforme o relato da equipe.
“Outro vilão muito comum são os papéis celofane que são utilizados para enfeitar os vasos com flores no cemitério, quando chove ele enche de água e se torna um criador de mosquito, orientamos para que as pessoas furem o papel, fazendo com que a água saia por completo, assim evitando esse acúmulo de água”, ressalta Rosa.
“Pedimos que a população nos deixe entrar nos seus pátios, que prendam os cachorros, eliminem qualquer coisa no pátio que possa acumular água, evitar o descarte de lixos em terreno baldio, pois só vamos vencer essa batalha se cada um fizer a sua parte, se isso não acontecer, vamos continuar andando em círculo, e não eliminando essa praga que se instalou em nosso município”, finaliza Nely
Em caso de denúncias ou dúvidas entrar em contato pelo telefone (54) 3242.9914.
- em Saúde e bem-estar
Nova Prata contra o mosquito Aedes
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Jornal Correio Livre
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